Projetos

Em andamento

 

Filogeografia da imbuia (Ocotea porosa)

Este projeto visa investigar os determinantes da distribuição da imbuia (Ocotea porosa) no sul da Mata Atlântica, abrangendo Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Missiones (Argentina). O objetivo geral é caracterizar o cenário filogeográfico da espécie, elucidando como interações históricas com populações humanas influenciaram sua distribuição e estrutura genética. Os objetivos específicos incluem: (1) analisar a diversidade haplotípica e a estrutura genética das populações; (2) identificar eventos históricos de expansão e retração populacional; (3) investigar a relação entre populações humanas e a imbuia; e (4) propor estratégias de conservação baseadas em dados genéticos, etnobotânicos e arqueológicos. A metodologia envolve sequenciamento de genes cloroplastidiais em 15 populações da espécie, combinado a revisões bibliográficas sobre interações humano-imbuia, movimentações históricas humanas e registros paleoecológicos. A integração dessas análises permitirá avaliar o impacto humano na distribuição e diversidade genética da imbuia, além de subsidiar estratégias de conservação. O projeto será conduzido por pesquisadores e estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina e instituições parceiras, contribuindo para a geração de conhecimento e formação de recursos humanos em conservação da biodiversidade.

Financiamento: FAPESC, Chamada Pública FAPESC nº 21/2024 – Programa de Pesquisa UNIVERSAL


Homogeneização antropogênica da Mata Atlântica subtropical e diversificação por meio de restauração ecológica e agroflorestal

A transformação antrópica de paisagens vem resultando em degradação dos ambientes naturais. A maior parte das florestas remanescentes pode estar perdendo diversidade, processo que precisa ser melhor compreendido para ser mitigado. A biodiversidade compreende aspectos genéticos, taxonômicos, funcionais e filogenéticos em diferentes escalas. As estratégias de conservação e restauração existentes são ainda insuficientes para evitar a homogeneização da diversidade em biomas como a Mata Atlântica. A conservação por si só nem sempre é viável e portanto precisa ser avaliada a estratégias de restauração com inclusão social. Ainda não há análise de grande escala sobre a perda ou homogeneização da diversidade das florestas subtropicais da Mata Atlântica e inexistem diretrizes abrangentes, bem-informadas e que considerem uma gama de estratégias, com inclusão social, para a conservação e restauração da diversidade nas paisagens antrópicas da região. Testaremos a hipótese de que a transformação antropogênica da paisagem leva à homogeneização dos diferentes aspectos da diversidade de árvores e que a reversão dessa degradação pode ser conciliada com demandas sociais através da restauração agroflorestal que integra diversidade de árvores nativas e geração de renda. O impacto antrópico causa mudanças nas condições biofísicas, selecionando espécies com características que permitem sua persistência em condições de degradação. Por outro lado, usos mistos da terra que amenizam os filtros biofísicos e conciliam a diversificação biológica com a multifuncionalidade socioeconômica podem reverter o processo de degradação com maior eficiência do que a regeneração passiva. Produziremos um diagnóstico sobre os diferentes aspectos da diversidade. Mapearemos estratégias prioritárias para a restauração e construiremos um sistema de ciência-cidadã para coleta e comunicação de informações úteis para tomada de decisões em busca de uma restauração economicamente viável da diversidade.

Financiamento: CNPQ, Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 18/2021 – Faixa B – Grupos Consolidados

Parcerias: Adelar MantovaniAna Carolina da SilvaPedro Higuchi (CAV/UDESC); Ana Catarina Conte JakovacFernando Joner e Ilyas Siddique (FIT/CCA/UFSC); Eduardo Luís Hettwer Giehl (ECZ/CCB/UFSC);  Sandra Cristina Müller (URGS) 


Diversidade genética em áreas de coleta de sementes de SC: Projeto Restaura+

A perda de variabilidade genética, causada pela diminuição do fluxo gênico e do tamanho das populações, compromete a capacidade adaptativa das espécies vegetais, levando ao declínio populacional. Neste sentido, a restauração de áreas degradadas é essencial para a conservação, mas enfrenta desafios significativos, como a seleção adequada de espécies e a coleta de sementes com base genética adequada. A coleta de sementes deve priorizar a diversidade genética e observar critérios de seleção de locais, visando evitar problemas como depressão por endogamia e por exogamia, além de maximizar o potencial adaptativo das novas populações. Neste sentido, o Projeto Restaura+, financiado pelo IBAMA, tem como objetivo restaurar 361,73 hectares de áreas degradadas de FOM e FED no estado de Santa Catarina, com foco em Reservas Legais, Terras Indígenas e Parques Estaduais. Assim, o presente relatório apresenta informações biológicas, ecológicas e genéticas de 10 espécies nativas da Mata Atlântica, que serão utilizadas no âmbito do Restaura+, além de uma proposta de trabalho para estabelecer critérios de coleta de sementes destas 10 espécies, visando maximizar a diversidade genética. As atividades serão conduzidas pelo Núcleo de Pesquisa em Florestas Tropicais (NPFT) da UFSC, em parceria com o Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal (LFDGV). O cronograma prevê a execução das atividades em 14 meses, de abril de 2025 a maio de 2026, incluindo a prospecção de populações, coleta de material genético, análises laboratoriais e elaboração de relatórios.

Financiamento: IBAMA, Edital de Chamamento Público do IBAMA (nº 02/2018)

Parcerias: Adelar MantovaniMárcio Carlos Navroski (CAV/UDESC); Fundação CERTI 


Concluídos (em construção)